O fundador e primeiro director do ‘Corrreio da Manhã’, Vítor Direito, de 78 anos, faleceu ontem em Lisboa, após prolongado internamento na sequência de uma pneumonia. Criou este jornal “privado e independente”, segundo as palavras que ele próprio escreveu, e em condições difíceis soube com talento e determinação transformar o CM no maior êxito editorial da imprensa portuguesa.
Nas palavras de Luís Santana, que começou há 30 anos na equipa fundadora como vendedor de publicidade e hoje pertence ao conselho de administração da empresa, “perde-se um grande Homem, um grande jornalista, mas está garantido o fundamental: a família Correio da Manhã dá garantia de continuidade do projecto tal como Vítor Direito o idealizou”.
Antes de lançar o CM no Inverno de 1979 - o primeiro número saíu a 19 de Março - Vitor Direito tinha já uma carreira de destaque. Começou por trabalhar com ele na redacção do ‘Diário de Lisboa’ que chegou a chefiar. Passou depois para o ‘República’, onde também foi chefe de redacção e viveu por dentro a resistência aos que no chamado ‘prec’, em inícios de 1975, destruíram aquele título com tradições de luta pela liberdade durante a ditadura do Estado Novo. Acompanhou Raul Rego na criação de ‘A Luta’, onde foi director-adjunto e tentou, quando se esgotou o ‘projecto de resistência’ renovar aquele vespertino. Como representante dos accionistas, o então secretário-geral do PS, Mário Soares, rejeitou a ideia e acabou por ser Nuno Rocha, do semanário ‘Tempo’, quem o ajudou a criar o Correio da Manhã.
Natural de Vimioso, Bragança, nasceu a 23 de Novembro de 1930, e licenciou-se em Direito, pela Universidade de Lisboa.
Com a devida Vénia ao Correio da Manhã
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