quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Será que os jovens estão no futuro que o Governo quer para Portugal?

Esta crise que estamos a viver, já há muito tempo que é sentida dia-a-dia pelos portugueses.

O baixo ou nenhum poder de compra, os preços cada vez mais elevados, os ordenados que não aumentam entre muitas outras coisas contribuem para a situação em que estamos.
Como jovem que sou, sinto-me muito preocupado com toda esta situação, pois tenho 24 anos e não vejo grandes melhorias para um futuro que se avizinha.
Na semana passada fui até à praça do peixe e estava lá um grande grupo de estudantes que estão agora a iniciam o seu percurso académico.

Confesso que fiquei preocupado, pois como jovem trabalhador conheço bem as dificuldades do mercado de trabalho, e todos aqueles jovens que ali se divertiam que futuros terão? Andaram a estudar para depois fazerem parte da já longa lista de desemprego? Será que andaram a estudar para no final serem obrigados a sair para fora do país para verem garantido o seu futuro? Espero sinceramente estar muito enganado.
Tenho alguns amigos que trabalham em grandes empresas, mas o problema não está onde trabalham, mais sim nos vínculos contratuais em que se encontram. Acham normal jovens ter contratos de trabalho de mês? Contratos estes que são renovado mensalmente? Que segurança tem estes jovens que estão no início de vida?
Actualmente um jovem com 25 anos que queira comprar uma casa e ter um carro das duas uma ou tem dinheiro ou então é muito difícil ter ambas as coisas. Reparemos na seguinte situação: o jovem de 25 anos dirige-se a uma instituição bancária para pedir um empréstimo pois quer constituir família e precisa de uma casa para viver, pois não quer estar toda a vida a pagar aluguer de uma coisa que nunca será sua. O senhor da instituição bancária a analisar o pedido vê que se trata de um jovem, que não tem bens pois está no início de vida, com um contrato de trabalho de mês, que a única garantia que é que tem trabalho até ao final do mês, pois a qualquer altura pode ser despedido sem mais nem menos, ou seja tem que ter um bom fiador pois ele não tem garantias nenhumas?
Isto é preocupante.
Mas temos o nosso governo a dizer que temos um código de trabalho muito bom, só ser for para ele, pois para os trabalhadores não me parece muito.
Ao contrário das políticas enunciadas pelo governo, eu acho que cada vez os jovens tem menos segurança no seu futuro, e isso é preocupante numa sociedade com um grande índice de envelhecimento.
Senhor Primeiro-Ministro será que ainda não parou para pensar que não se pode falar de futuro sem falar nos jovens, pois são eles que vão estar nesse futuro.
Será que ainda não parou para pensar que são necessárias boas bases para erguer uma obra? O senhor é engenheiro e sabe bem do que falo, ora então Sr. Eng. dê aos jovens boas bases para que eles possam ajudem a construir a obra, obra essa que é o futuro para Portugal

Rui Pires da Silva

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